Rio de Janeiro, RJ, 5 (AFI) – O Vasco recebeu sinal verde da Justiça do Rio de Janeiro para antecipar os valores das vendas de Orellano ao Cincinnati, dos Estados Unidos, e de Clayton ao Rio Ave, de Portugal. O clube, que está em regime de recuperação judicial, precisou pedir autorização judicial para ter acesso imediato ao dinheiro dessas negociações internacionais.
A decisão foi concedida pela 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O Vasco, no entanto, terá de prestar contas mensalmente, detalhando a destinação dos recursos recebidos, com indicação clara de centro de custo e finalidade. O clube também não poderá dispensar futuras autorizações judiciais para operações semelhantes.
VASCO, JUSTIÇA E RECEBÍVEIS: DETALHES DAS NEGOCIAÇÕES
Pela venda de Clayton para o Rio Ave, o Vasco tem direito a duas parcelas de 1 milhão de euros cada, o que representa cerca de R$ 12,9 milhões. Os pagamentos estão previstos para 1º de setembro de 2026 e 1º de setembro de 2027.
Já na transação de Orellano com o Cincinnati, o clube carioca receberá US$ 1,5 milhão, aproximadamente R$ 8,3 milhões, com vencimento em 31 de janeiro de 2026.
O Vasco justificou a antecipação para realizar projetos urgentes, cobrindo despesas do dia a dia e manutenção das operações. Segundo o processo, o custo da operação varia entre 9% e 15,3% ao ano em euros (Clayton) e de 11,6% a 15% ao ano em dólares (Orellano).
RECUPERAÇÃO JUDICIAL E TRANSPARÊNCIA NO VASCO
Na decisão, a Justiça determinou a abertura de um incidente processual de prestação de contas para que o Vasco apresente mensalmente a destinação exata dos valores captados, detalhando cada centro de custo e sua finalidade. O clube deverá submeter futuras operações do mesmo tipo à apreciação judicial, ao Ministério Público e à administração judicial, garantindo o acompanhamento financeiro.
No pedido, o clube destacou: “Essa opção mostra-se especialmente relevante em situações nas quais a Recuperanda enfrenta dívidas acumuladas ou necessita realizar projetos urgentes, como o pagamento de despesas correntes e manutenção da operação. Nessas circunstâncias, o valor antecipado é consideravelmente mais útil e estratégico do que o valor integral que seria recebido apenas ao longo dos próximos semestres ou anos. O tempo é dinheiro, pois a liquidez imediata dos recursos permite à empresa responder rapidamente a suas necessidades financeiras, evitar custos adicionais e aproveitar oportunidades que podem se perder com a demora. Adiar o recebimento implica risco e perda de valor, especialmente em contextos de instabilidade econômica e urgência operacional”.