Milhões de pessoas movidas pela fé foram às ruas de Belém neste domingo (12) na 223ª edição do Círio de Nazaré. A procissão reuniu um número estimado de 2,5 milhões de romeiros e percorreu 52,3 quilômetros.
Além de Belém – que sedia em novembro a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) – as cidades metropolitanas de Ananindeua e Marituba também receberam os fieis nesta que é considerada a maior procissão católica do país.
Flávio Américo, diretor de marketing do Círio agradeceu o apoio do governo federal e do Ministério do Turismo: “É muito importante para o desenvolvimento do turismo religioso”. E seguiu: “Estou há 26 anos na direção do Círio e é uma emoção diferente. Cada Círio é diferente”.
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A procissão gerou, como em todos os anos, imagens belíssimas de devoção e fé. A passagem da santa pela Avenida Nazaré em direção à basílica causou comoção, com muitas pessoas tentando se aproximar da imagem, outras acenando e com papel branco sendo jogado dos prédios.
Uma moto romaria reuniu cerca de 50 motociclistas. Entre eles, a cantora Gaby Amarantos. As homenagens aos povos indígenas, com presença da ministra Sonia Guajajara, também foram um dos pontos altos da festa.
A estudante Evelyn Silva estava entre os promesseiros na corda. Moradora de Benevides, na região metropolitana de Belém, ela já tinha percorrido a procissão para agradecer a aprovação no curso de enfermagem.
“Ano passado fiz outra promessa porque eu queria queria passar em medicina. E aí quando eu nem tinha acabado de finalizar o primeiro semestre de enfermagem, passei em medicina. E aí tô pagando a minha promessa agora”, conta, emocionada, Evelyn.
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Mulheres catadoras do projeto EcoCírio também marcaram presença unindo fé e sustentabilidade. Paula Silvano foi uma delas. “A gente já tem aquela fé grande que é a maior festa religiosa que a gente tem no Brasil. A gente espera ela (Nossa Senhora de Nazaré) passar e os romeiros também para começar nosso trabalho. É uma emoção, uma alegria”, revela Paula.
O EcoCírio conta com o apoio do Ministério das Mulheres, da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) e do Sebrae, por meio do Programa Pró-Catadoras e Pró-Catadores de Reciclagem Popular.
A iniciativa engloba 10 cooperativas e cerca de 200 catadoras e catadores que atuam em todo o percurso das procissões e nas áreas de concentração de público, garantindo que toneladas de resíduos tenham o destino correto. No ano passado, foram coletadas 140 toneladas nos dois dias de procissão – Trasladação e Círio.
A diretora de Segurança de Trabalho e Renda da Secretaria Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres, Liliani Nascimento, destaca que o EcoCírio integra uma agenda mais ampla de valorização das catadoras e de fortalecimento da economia do cuidado, temas que serão debatidos na COP30.