Rio de Janeiro, RJ, 25 (AFI) – O Vasco vive um momento delicado na temporada, após ser eliminado da Sul-Americana e ocupar posição próxima à zona de rebaixamento no Brasileirão. Em coletiva, o presidente Pedrinho abriu o jogo sobre os desafios do clube, principalmente quanto a contratações, finanças e cobranças da torcida.
Durante mais de duas horas de entrevista, Pedrinho afirmou nunca ter prometido trazer jogadores de alto nível, reforçando que a prioridade é honrar compromissos financeiros. “A realidade é dura”, destacou o mandatário, ressaltando que o clube busca atletas que se encaixem no orçamento e que, mesmo com acertos como Coutinho e Tchê Tchê, alguns reforços ainda não renderam o esperado.
VASCO E AS CONTRATAÇÕES
Pedrinho reconheceu que o Vasco erra e acerta nas contratações, citando o orgulho pelo desempenho de alguns, enquanto outros ainda não corresponderam. Segundo ele, as negociações são feitas de acordo com o fluxo de caixa, e o parcelamento é fundamental para manter o equilíbrio das contas.
Sobre críticas à base e à atuação do diretor Felipe, o presidente explicou que o clube valoriza os jovens, mas sente que a torcida não tem paciência com pratas da casa. “O cenário é que eles saiam para rodar e gerar receita”, afirmou, pontuando que avaliações de reforços passam pelo departamento de scout e análise de desempenho.
No caso de vendas de mando de campo, Pedrinho revelou que as negociações foram motivadas pela necessidade de pagar salários. “Vendemos jogos por R$ 4 milhões para pagar folha”, contou, enfatizando a transparência e o compromisso de manter tudo em dia mesmo sob críticas.
FINANÇAS E BRASILEIRÃO
O CEO Carlos Amodeo também detalhou o cenário financeiro, citando um saldo negativo significativo previsto para os próximos anos e a importância da recuperação judicial para garantir a sobrevivência do clube. O dirigente garantiu que o Vasco está honrando todos os compromissos e buscando alternativas de mercado, como atletas livres e empréstimos, já que não há espaço para grandes investimentos nesta janela.
Pedrinho comentou ainda sobre a diferença de gestão em relação a outros clubes, afirmando que não fará contratações sem conseguir arcar com os pagamentos. “O torcedor não pode esperar isso de mim”, frisou, lamentando não poder competir financeiramente com rivais cariocas.
A respeito da venda da SAF, o dirigente explicou que a busca por investidor segue aberta, mas destacou que o fundamental é atacar a dívida para dar fôlego ao clube. Questionado sobre a possibilidade de o Vasco voltar a disputar títulos, Pedrinho evitou promessas e reforçou o compromisso com trabalho duro e dedicação.
Por fim, o presidente comentou sobre as cobranças da torcida e o peso da situação: “Eu entendo o torcedor, respeito todas as críticas. Meu objetivo é reconstruir o Vasco e restabelecer a conexão entre arquibancada e campo”.